quarta-feira, 15 de julho de 2009

Harry Potter e o Enigma do Príncipe

Após uma longa pausa de dois anos o sexto Harry Potter estreia com uma expectativa alta.
Mesmo atrasado e sem um novo lançamento literário para alavancar seu sucesso, O Enigma do Príncipe mostrou que a série ainda desperta interesse no público. Os números da bilheteria americana da primeira sessão exibido na meia noite desta quarta feira por todo o país estão ai para provar: $20.000.000,00 segundo a Folha Ilustrada.
Verdade seja dita: o filme é controverso. A maioria das críticas elogiou e uma parcela detonou. Afinal o filme é bom ou ruim?
O Enigma do Príncipe é de longe o maior avanço que a série obteve no cinema no que diz respeito à produção. Todos os quadros são muito bem definidos e as cenas parecem obras de arte de tão elegantes. Com cores mais escuras e uma trilha sonora mais sinistra o filme reflete a atmosfera de perigo e medo em que vivem os personagens. Os corredores de Hogwarts estão mais longos, o Salão Principal está mais sombrio e até a casa dos Weasley, que em A Câmara Secreta era colorida e engraçada, aqui assume um tom cinzento no meio de um pântano ameaçador.
Tamanha preocupação com essa atmosfera pesada é reflexo do momento atual em que a série está. Após a volta de Voldemort seu exército de Comensais da Morte espalham o pânico no mundo mágico e não mágico (trouxa). Visivelmente preocupado com a batalha final que se anuncia, Dumbledore se aproxima mais de Harry convencendo-o à recuperar uma lembrança do Professor de poções Horácio Slughorn (Jim Broadbent) que revelaria a chave para se derrotar o Lorde das Trevas. Enquanto isso, Draco Malfoy teria recebido uma missão nada fácil de Voldemort. Snape, após o apelo da mãe de Draco, o ajudaria na tarefa. Tom Felton rouba a cena como o inimigo de Harry Potter dentro de Hogwarts. Como um vilão receoso e covarde, ele transpassa o medo e a arrogância dignos do personagem que pela primeira vez ganha mais tempo de tela. O mesmo vale para Alan Rickman que tem mais espaço como Snape nesse filme e interpreta majestosamente bem.
As interpretações são casos à parte. Michael Gambon como Dumbledore transmite todas as emoções ao público, afinal se o diretor de Hogwarts está preocupado é sinal de que algo realmente ruim vai acontecer. O discurso inicial que ele faz no Salão Principal relembrando os tempos de escola de Tom Riddle são exemplos disso.
O filme se apóia nas relações de Harry e Dumbledore e na do trio Harry, Rony e Hermione. Como os tempos já não são bons e algo ruim se aproxima, nada mais natural que a união entre os amigos e as pessoas queridas. Houve muita reclamação do romance predominante no roteiro, mas isso é tratado de forma tão natural e sem nenhum tipo de exagero. O próprio livro já mostrava os personagens namorando, flertando e o filme retrata isso de forma bastante fiel.
As cenas de ação são poucas e muito curtas. A batalha final em Hogwarts foi cortada para não estragar o clímax do último filme onde também ocorre uma batalha na escola. Decisão acertada para não deixar a trilogia final repetitiva. Um triunfo de Enigma do Príncipa é ter os dois últimos filmes como apoio, assim o que faltou nesse e o que não foi explicado tem os dois últimos pra amarrar as pontas.
Apesar do filnal rápido que deixou muita gente com cara de interrogação, da aparente suavidade com que David Yates retratou a maior tragédia da saga nos últimos minutos e que quando a identidade do príncipe é revelada somente quem leu o livro saberá porque o tal personagem é conhecido por príncipe (ninguém se importa pois isso ficou encoberto no decorrer do filme) O Enigma do Príncipe demonstra um potencial nunca imaginado no início da série no cinema.
É um ótimo filme com uma evolução em qualidade inédita no cinema atual.
Fãs podem não gostar, mas cinema é assim.

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